Campanha apoio ao comércio local: "poderíamos estar a fazer muito melhor", diz o BE
Campanha “Natal é no Comércio Local”
Corria o dia 20 de Junho deste ano quando, em sede de Assembleia Municipal, se discutiu a proposta do Bloco de Esquerda com várias recomendações à Câmara Municipal para apoio ao comércio local no âmbito da pandemia COVID 19.
Dizia assim uma das recomendações: “Neste âmbito a CM aloca a quantia de 500 000 euros destinados aos sectores indicados em cima. Uma parte deste apoio deve destinar-se diretamente aos afetados e incidir sobre uma parte das rendas e outra parte deve basear-se na emissão de vales a serem distribuídos aos munícipes que apenas poderão ser gastos no comércio local/tradicional.”
A intervenção do PS, protagonizada pelo autarca Manuel Filipe foi clara, conforme se pode confirmar na gravação vídeo, dizendo o seguinte entre outras coisas: “O PS vota contra. (…) Há que questionar a legalidade das medidas” (propostas pelo BE) e termina dizendo “tendo fé que a Câmara tem em cena outras medidas para apoiar o pequeno comércio e a pequena indústria”.
Ora bem, passados 5 meses, o PS apresenta uma proposta para apoiar o comércio local! Qual? Vales a serem distribuídos aos munícipes! Pelos vistos levaram 5 meses a aferir da legalidade da medida.
Lamentamos, lamentamos mesmo que o PS de Torres Novas não ouse tomar medidas em matérias que têm efeito na vida das pessoas. Quando o BE propôs a emissão de vales, fê-lo inspirado em práticas de outros municípios, alguns governados pelo PS. Mas o PS, reactivo como sempre, sem proposta alternativa, vota contra com argumentos patéticos como a “legalidade das medidas”. Não é a primeira vez e não será a última que o PS é contra e passados uns meses é a favor. Perderam-se vários meses e agora vamos fazer uma campanha apressada e concentrada na época natalícia.
Vamos atrás das iniciativas de outros municípios do Médio Tejo, mas tomar a iniciativa não é para a Câmara de Torres Novas.
O sucesso desta campanha seria muito mais abrangente caso a Câmara optasse por distribuir os vales gratuitamente, enviando para casa dos/as munícipes, o que evitava deslocações à Câmara (nem sequer existiam outros locais alternativos na primeira versão).
Mesmo não defendendo a opção de venda dos vales pois consideramos que a distribuição por todas as famílias seria mais abrangente, o prazo para utilização deveria ir para além de 31 de Dezembro, deveria mesmo ser até atingir o limite da verba disponibilizada (na reunião o prazo limite foi ligeiramente alargado até 8 de Janeiro).
Mas cá estaremos, daqui a um mês, a fazer a avaliação desta medida. Faço votos para que seja disponibilizada toda a informação à vereação e que não seja preciso estar a insistir para a receber.
E, com base nessa avaliação equacionar novas formas de apoiar ao comércio local, pois a crise não vai passar com o Natal.
O BE abstém-se pois entendemos que a proposta poderia ser muito melhor, caso tivesse sido trabalhada e tempo para isso não faltou.
Declaração de voto da vereadora Helena Pinto, reunião de CM de 24 de Novembro 2020