Não tem de ser assim, é preciso fazer voz grossa

Autarca. Coordenadora Concelhia do Bloco de Esquerda de Torres Novas.

Só faltava mesmo a imagem de esgoto, mesmo na cara de toda a gente, com as descargas de óleos no rio ali bem junto à ponte do Raro, mistério que não se resolve (??)…

Os focos de poluição no concelho de Torres Novas são diversos e parece que em vez de desaparecerem teimam em ficar e até surgem novos, o que é muito preocupante.

À medida que as preocupações com o meio ambiente crescem e ainda bem, sinal que as populações estão mais preocupadas e mais sensíveis ao tema, os focos de poluição também estão a crescer.

Para além do caso da ribeira da Boa Água que teima em manter-se, para atazanar a vida das pessoas e debilitar ainda mais o rio Almonda e o meio ambiente e cuja decisão está dependente do tribunal, também a poluição provocada pela Componatura se mantem com os maus cheiros intensos que conhecemos. Assim como a poluição visual (e não só), provocada pela deficiente recolha do lixo que nos envergonha a todos, é outro exemplo do que por cá se passa.

Só faltava mesmo a imagem de esgoto, mesmo na cara de toda a gente, com as descargas de óleos no rio ali bem junto à ponte do Raro, mistério que não se resolve (??)…

Mais recentemente, ali para os lados da Barroca, apareceu outro foco de maus cheiros difíceis de suportar e que têm origem no espalhamento de estrume.

Mais casos existem, como o abandono de todo o tipo de resíduos em plena serra, ou a aplicação do famigerado glifosato em espaços públicos (que é proibido), neste último caso responsabilidade das autarquias.

Alguns sabe-se quem são os prevaricadores, estão devidamente identificados, vão safando-se pelos buracos da lei, embora a sorte não dure para sempre. Outros, não sabemos quem são, actuam pela calada da noite ou sabendo da fragilidade da fiscalização. Uns e outros andam a fazer de nós parvos, julgam-se donos disto tudo, só os seus interesses contam.

Estas práticas estão a destruir a qualidade de vida das populações, estão a destruir o planeta, estão a hipotecar o futuro, estão a descredibilizar todo um concelho que fica sem capacidade atração.

As populações têm desempenhado o papel principal, na denúncia, na luta, no combate por um ambiente pleno de vida, assim tem sido no caso da Fabrióleo e vai ter de continuar assim, porque só o povo tem a força necessária.

Mas também é tempo da autarquia, da Câmara Municipal, impôr-se, dar-se ao respeito, fazer voz grossa, é para isso que lá estão.

António Gomes

(Crónica de opinião publicada no Jornal Torrejano)