Há vários resultados que gostava que fossem obtidos, em Torres Novas, nas próximas eleições autárquicas.
Em primeiro lugar, que houvesse uma menor abstenção, especificamente nos mais jovens. Admito que será quase impossível que tal venha a acontecer. Os jovens continuam desencantados com os meandros políticos e são poucos os partidos a conseguirem renovar, verdadeiramente, as suas listas. Veremos se as diferentes campanhas, tendo em conta as circunstâncias que as limitarão, conseguem galvanizar, dentro do possível, a participação cívica.
Gostaria, também, que os resultados trouxessem maior diversidade nos órgãos autárquicos de Torres Novas. As maiorias absolutas são vírus que contaminam a democracia e promovem o pior do serviço público.
Seria importante que as campanhas se abstivessem de golpes baixos, polémicas desnecessárias e trocas de galhardetes embaraçosas. O discurso político provoca, por natureza, debates acesos, mas seria aconselhável que o tom e conteúdo se mantivessem a um nível aceitável. Ter Ferreira e Rodrigues na mesma campanha, um contra o outro, poderá representar mais combustível para um fogo iniciado há muito.
Os partidos de oposição devem delinear a sua estratégia antes de se lançarem ao combate político. Isto para evitar situações embaraçosas como as do passado onde, candidatos do CDS dedicam o seu pouco tempo de antena a criticar o Bloco de Esquerda, que não tinha vereadores com pelouro, ao invés de analisar a ação do Partido Socialista e apresentarem alternativas. O ódio de estimação é tão forte que os cega de fazer aquilo que deveriam fazer, lutar pelos torrejanos e torrejanas.
Por último, seria reconfortante ver o Bloco de Esquerda ter um bom resultado nas próximas eleições. Representaria a prova de que o trabalho árduo compensa, sempre apostando apresentação de propostas e sendo, muitas vezes, a alternativa e a voz crítica entre o silêncio. Da minha parte, tentarei retribuir a confiança que os torrejanos e torrejanas decidirem depositar no nosso projeto político, tendo como base da luta, a igualdade entre todas e todos. Uma boa semana.
Crónica quinzenal à 2.ª feira na Torres Novas FM