Abril, sempre!

Professora

Vieste e prometeste

Na dobra da manhã , surgiste em passo musicado .

A toada era segura.

Firme o passo e a batida.

Da papoila e cravo, tinta vermelha com que nos tatuaste

Liberdade, por exemplo.

E, nesse dia, vi rolarem, indistintas, lágrimas e pérolas de esperança.

E o grito soltou-se e sublevou outras palavras novas, tão fortes que mudaram a geografia das nossas almas.

Demos as mãos.

Na Praça, traçámos perpendiculares a todas as avenidas que se nos ofereceram.

E em todas nos quisemos .

Como se não houvesse depois, Como se aquele fosse o primeiro, o único, o eterno dia.

E nunca mais Abril foi sombra ou cinza.

Joana Santos

22/04/2019