Vieste e prometeste
Na dobra da manhã , surgiste em passo musicado .
A toada era segura.
Firme o passo e a batida.
Da papoila e cravo, tinta vermelha com que nos tatuaste
Liberdade, por exemplo.
E, nesse dia, vi rolarem, indistintas, lágrimas e pérolas de esperança.
E o grito soltou-se e sublevou outras palavras novas, tão fortes que mudaram a geografia das nossas almas.
Demos as mãos.
Na Praça, traçámos perpendiculares a todas as avenidas que se nos ofereceram.
E em todas nos quisemos .
Como se não houvesse depois, Como se aquele fosse o primeiro, o único, o eterno dia.
E nunca mais Abril foi sombra ou cinza.
Joana Santos
22/04/2019