AM - Contratação de assistentes operacionais para as escolas: precariedade absoluta. Assim Não!

Intervenção de Miguel Fanha:

«Os trabalhadores são selecionados, mas para trabalhar quando alguém está doente ou impedido de ir trabalhar. Um dia, uma semana, um mês, um ano, ninguém pode garantir. O azar de um pode ser a sorte precária doutro. É esta mais ou menos a ideia.»

Alteração ao mapa do pessoal

Certamente será por todos aqui reconhecido que as nossas escolas têm absoluta necessidade de reforço de Auxiliares de Acção Educativa/Assistentes Operacionais, esta parece-nos uma “verdade de La Palice”. Todos ouvimos, ou os nossos filhos, ou professores das nossas relações ou nossos familiares, pessoas que direta, ou indiretamente têm ligações a escolas. E, de uma ou outra forma, percebemos que as nossas escolas têm um défice neste sector.

Nesta linha de raciocínio não nos parece que a melhor forma da Câmara Municipal de Torres Novas criar de 10 postos de trabalho seja esta: criá-los, mas precários! E na sua versão mais precária. Os trabalhadores são selecionados, mas para trabalhar quando alguém está doente ou impedido de ir trabalhar. Um dia, uma semana, um mês, um ano, ninguém pode garantir. O azar de um pode ser a sorte precária doutro. É esta mais ou menos a ideia.

“Os trabalhadores serão recrutados à medida que a necessidade ocorra, em função do seu posicionamento na lista de classificação final, cessando o seu contrato, no momento em que o trabalhador substituído regressar ao serviço”, pode ler-se numa informação dos serviços. Isto é a administração local a aplicar um conceito de precariedade.

Pior ainda, não sendo suficiente o argumento da crónica falta dos assistentes operacionais manifestado pelas direções dos agrupamentos estamos há 7 meses a atravessar uma pandemia que, se houver sector da sociedade que sofreu com isso foi o sector educativo. Telescola, zoom, emails, telemóveis, tudo serviu para safar o terceiro período.

Esta autarquia deve enviar uma mensagem de motivação e apoio aos auxiliares de acção educativa proporcionando-lhe entrada nos quadros, já que muito se lhes exige e pouco se lhes paga.

Torres Novas, 30 Setembro 2020

Luís Miguel Fanha,  BE