
Concelhia do BE /Torres Novas e autarca na Assembleia de Freguesia da União de Freguesias de S. Pedro, Lapas e Ribeira
Por altura da abertura da expo98 jornalistas questionaram os seus responsáveis sobre como seria gerida a limpeza de um espaço com 50 hectares e onde era esperada uma afluência de milhares de visitantes por dia. A resposta foi simples: as pessoas tendem a não sujar o que veem limpo e como conseguir isso? Ter sempre uma equipa atenta e diligente na higiene e recolha de resíduos. Quem por lá passou durante os 132 dias que durou a exposição pôde constatar que tinham razão.
Foi há 20 anos, mas esta ideia ficou-me no pensamento. Sempre tivemos tendência a ver o nosso país como pouco civilizado no que toca ao asseio do espaço público e da conservação do que é de todos, a nossa cidade não foge a essa perceção e nos últimos tempos cada vez mais. É lixo deitado no chão em espaços de lazer ou vazios, a rodear contentores e ecopontos, são monos deixados em locais impróprios e entulho espalhado pela nossa serra. São atentados ambientais graves e outros que estão à mão de qualquer um melhorar. Aqui e ali espaços verdes pouco cuidados e mobiliário urbano desleixado. Todos concordamos que é desagradável e que é urgente intervir, mas quantos tomam iniciativa para mudar as coisas? Terá isto a ver com a educação dos e das cidadãs? Do exemplo ou falta dele por parte das instituições que têm como competência manter a cidade limpa e aprazível? De uma cultura demasiado permissiva? Acredito que será uma conjugação de todos estes fatores, mas também que o problema que temos em mãos não é de resolução difícil. É urgente então pensarmos a cidade que queremos, acolhedora, harmoniosa, limpa e sadia, capaz de refletir o passado, quando a avenida era o passeio por excelência e se enchia de gente aos fins de semana, usufruindo dos espaços verdes e da proximidade do rio e projetar o futuro, trabalhando as autarquias em conjunto com a população, fazendo a sua parte mas incentivando à mudança de hábitos e práticas. Se é necessário requalificar a rede e o sistema de recolha de resíduos, pois que se faça, e quem ainda não reparou que precisamos da cara da praça 5 de Outubro lavada aos sábados e domingos de manhã? É preciso sensibilizar os comerciantes e a comunidade em geral para esta questão? Pensem-se em estratégias para o conseguir. Não podemos é deixar que a nossa cidade se afunde em lixo, de braços cruzados! É que esta é uma tarefa de todos e cada um de nós!