PROJETO DE REMODELAÇÃO E AMPLIAÇÃO DAS PISCINAS MUNICIPAIS DE TORRES NOVAS E ZONA ENVOLVENTE
A criação de umas Piscinas de Verão descobertas para Torres Novas tem sido uma das preocupações do Bloco de Esquerda cuja vontade é expressa no seu programa eleitoral. Trata-se de um equipamento que beneficiaria a cidade e o município em diversas dimensões sociais, económicas e desportivas, contribuindo como um modelo de socialização que se materializa em atividades de animação sócio desportiva de âmbito intermunicipal.
O exemplo histórico das piscinas de Torres Novas e o impacto que tiveram junto da população, permite-nos entender esse desígnio. Nesse sentido, seria oportuno imaginar uma solução potenciada de futuro adequada às solicitações da realidade.
Face à localização das atuais piscinas e aos constrangimentos de acesso, mobilidade e capacidade, uma resposta realizada de raiz, num local apropriado e dignificado para o efeito, seria a forma mais inteligente de gerir esta espetativa permitindo ainda criar um novo polo de fruição e atração turística, oferecendo uma mais democrática oportunidade de lazer.
No entanto, quando nos deparamos com a proposta apresentada pelos serviços, que sugere a ampliação e reformulação da piscina de saltos, não só observamos que fica aquém deste desejo, como nos confronta com questões que, além da legislação própria, nos remete para mínimos do bom senso, com a agravante de adiar uma solução mais permanente, apresentando-se como uma espécie de remendo circunstancial.
Por outro lado, o Projeto apresentado em 2017 recomenda o parecer do domínio hídrico. Esse parecer não acompanha os documentos o qual poderá ser determinante para qualquer ilação, uma vez que a proximidade do rio Almonda pode condicionar de forma contundente uma intervenção com estas características.
Considerando ainda os recentes efeitos da tempestade Elsa, que fez transbordar o leito do Rio Almonda, entendemos as precauções da legislação aplicada para inibir construções em zonas de risco de cheias pelo que é assustador subentender que o projeto apresentado procura ser alheio a esta situação.
Em Coruche, o Município elegeu a reciclagem da água da piscina para reaproveitamento, merecendo distinção nacional com o projeto “Aproveitamento das águas das piscinas: sistema de recolha e valorização”. Quando alguns exemplos que nos chegam de Município vizinhos que fazem da gestão das águas, um potencial estratégico de desenvolvimento e adequação a um tempo com necessidades de sustentabilidade inteligente, entende-se como desejável saber qual a PERSPETIVA que acompanha a proposta apresentada para transformar as atuais piscinas em piscinas de verão.
Por agora, constatamos que o projeto apresentado não se apresenta credível face à capacidade, potencialidade e adequabilidade da resposta, o que nos alerta para o inevitável confronto com as seguintes questões:
- Impacto ambiental (análise e consequências);
- Impacto na circulação, previsão de acessos - nº de utilizadores, planeamento dos efeitos da utilização excessiva do local;
- Efeitos da Perspetiva – A ampliação das atuais piscinas para assegurar a existência de uma piscina de verão no local assinalado desconsidera a invasão, segurança, mobilidade apropriada e acesso ao local por automóveis, adiando a necessária resposta social, cultural, desportiva, económica que uma verdadeira Piscina de Verão permitiria.
- Estudo sobre a prevenção, controlo da poluição e alteração dos ecossistemas;
- Estudo sobre possíveis infiltrações, regulação de cheias e estado das águas incluindo o estudo do impacto da atividade humana sobre o estado das águas de superfície e sobre as águas subterrâneas com acompanhamento da respertiva análise económica.
Sobretudo, este projeto, adia a inevitabilidade de, num futuro recente, projetar uma solução adequada aos objetivos de uma piscina de verão a sério.