PS e PSD contra hastear da bandeira arco-íris no dia mundial contra a Homofobia
Ainda pensámos que a Assembleia Municipal, que ocorreu a 22 de Abril, daria um passo importante no sentido de colocar o Município de Torres Novas lado a lado com as cidades que por todo o Mundo, no dia 17 de Maio, se juntam à luta contra a homofobia e transfobia e de forma simbólica hasteiam a bandeira arco-íris. Lisboa e Funchal já o fizeram e espera-se que várias outras autarquias portuguesas também o façam este ano.
É uma acto simbólico que visa evidenciar o compromisso da autarquia no combate à discriminação e à homofobia, porque ela existe e causa vítimas.
Ouvimos, com alguma perplexidade, da boca do porta-voz do PS, Manuel Filipe, que só votariam a favor se o BE retirasse a questão do içar da bandeira, pois a bandeira em causa não tinha dignidade para ser içada no edifício do município e que assim se abriria uma caixa de pandora e todas as causas quereriam que se içasse a sua bandeira.
Perplexidade pois os argumentos não são válidos. As bandeiras que simbolizam causas têm toda a dignidade desde que o Município se associe a essas causas. Não há lugar a banalização pois qualquer tomada de posição no futuro terá sempre que ser aprovada. Revela desconhecimento absoluto da forma, simbólica, repetimos simbólica, que várias instituições utilizam por essa mundo fora, içando as bandeiras de causas ou mesmo de outros países em actos de solidariedade.
Depois veio outro argumento: proponham medidas concretas contra a discriminação. Não entendendo ou não querendo entender que o que se estava a propor visava dar um sinal e assumir perante todos os torrejanos e torrejanas a condenação da homofobia e transfobia.
Por último, mas não menos surpreendente, o PS apresenta uma moção própria, em cima da discussão e lida pelo mesmo porta-voz. Palavra por palavra copia o texto do BE e propõe qualquer coisa como “integrar no protocolo com a CIG, no âmbito da CIMT, medidas contra a homofobia e transfobia”. Dizemos qualquer coisa do tipo porque não conhecemos o texto, apenas foi lido. Muito concreto como se pode ver.
Tanta volta para votar contra uma medida tão simples mas tão forte do ponto de vista simbólico.
Gostávamos que Torres Novas estivesse na vanguarda da defesa e promoção dos Direitos Humanos. Mais uma vez ficámos para trás.
Da nossa parte, não desistimos.
Bloco Esquerda de Torres Novas