Turismo, ou nem por isso

Autarca. Coordenadora Concelhia do Bloco de Esquerda de Torres Novas.

Mas a inquietude que por vezes me percorre é ter dificuldade em entender porque é que em Torres Novas e outras localidades vizinhas esta atividade é apenas residual?

A época que atravessamos é propicia à reflecção sobre esta atividade económica, o turismo.

O turismo como toda a gente sabe atravessa, em Portugal, um período particularmente estonteante. São as grandes metrópoles as mais beneficiadas com tal atividade, é lá que se encontram as maiores fontes de atração e é lá que as infraestruturas estão mais adaptadas e melhor respondem às solicitações. Naturalmente que tal concentração de turismo também tem a sua justificação na macrocefalia da organização do País.

Depois existem algumas micro regiões ou locais que por razões muito particulares e históricas também usufruem, é o caso de Fátima e Tomar, aqui bem perto.

Mas a inquietude que por vezes me percorre é ter dificuldade em entender porque é que em Torres Novas e outras localidades vizinhas esta atividade é apenas residual? Será que não seria normal esperar uma distribuição de turistas menos desequilibrada no território? Será que no meio deste ‘boom’ não podemos almejar alguns “encontros” com pessoas vindas doutras paragens para nos visitar? Porque será que não sobra nada para o território de Torres Novas e outros aqui ao lado? Provavelmente não existem respostas fáceis para estas interrogações, mas no mínimo temos a obrigação de refletir sobre esta temática (autarcas, partidos, empresários do setor).

A primeira preocupação que tenho relaciona-se com a ausência de promoção e divulgação de diversas regiões, municípios, por parte do “TURISMO do CENTRO” organismo que superentende esta atividade em toda a região centro do País, de Aveiro a Santarém. Basta consultarmos a página eletrónica deste organismo para facilmente concluirmos dessa forma. Existe apenas sensibilização para com os locais ou localidades já à muito afirmadas neste setor, não existe preocupação em promover novas regiões ou localidades sempre afastadas daqueles roteiros.  

A segunda preocupação prende-se com a total ausência de politicas municipais que promovam e potenciem as particularidades e potencialidades  existentes nos vários municípios do Médio Tejo, ou seja não se conhece um roteiro turístico de âmbito intermunicipal que inclua os concelhos de Torres Novas, Entroncamento, Alcanena, Barquinha, Golegã, Porto de Mós e outros.

A terceira preocupação prende-se com a qualidade da oferta em Torres Novas, não vamos muito longe, fiquemo-nos pela imagem que transmite o Castelo e a sua envolvente (480 000 euros gastos em 2009). Assim não há turismo que nos chegue.

Crónica publicada no Jornal Torrejano