AM - Fabrióleo

Intervenção de Rui Alves Vieira: «Enquanto estas questões não estiverem resolvidas, o BE continuará presente, como sempre esteve, desde a primeira hora, ao lado das populações que há tantos anos são vítimas desta violência ambiental.»

PAOD – FABRIÓLEO

Voltamos aqui para falar de um tema que, literalmente “cheira mal” há já muitos anos: a Fabrióleo!

Talvez por isso, este continue a ser um tema incontornável na vida do Concelho de Torres Novas e, muito em particular, na vida dos habitantes do Carreiro da Areia e aldeias vizinhas.

Não é por acaso, que ainda na Reunião de Câmara de 21 de Setembro, o sr. Luís Lemos, morador do Carreiro da Areia, veio mais uma vez apresentar o seu vincado protesto por causa de uma “atmosfera mal cheirosa e sufocante” que ele e toda a população do Carreiro da Areia e aldeias vizinhas, são obrigados a respirar!

Luís Lemos afirma que, apesar de a Fabrióleo estar fechada, continua a receber resíduos da sua congénere de Vendas Novas - a Extraoils, facto esse, que o BE já comunicou ao Governo.

A verdade é que a Câmara de Vendas Novas tem sido célere a agir no sentido de acabar com a impunidade da Extraoils (que ali abriu as suas portas há menos de um ano), enquanto a Câmara de Torres Novas anda há muitos anos a colocar este assunto para segundo plano, deixando ao abandono as populações mais diretamente afetadas.

A Fabrióleo está fechada, mas os camiões carregados de resíduos perigosos, continuam a entrar e a sair e a despejar para as ETAR e lagoas clandestinas, aos olhos de todos, enquanto o primeiro responsável do Município parece não saber de nada!

Enquanto isso, o Presidente de Câmara continua a afirmar que “aquele problema tem que ser resolvido, mas não é de um dia para o outro” e que “continuaremos a tomar providências”!

Senhor Presidente: não coloco em causa a sua vontade e seriedade em querer resolver o problema. Mas aquilo que os torrejanos sentem e sobretudo aquilo que as comunidades mais diretamente afetadas sentem, é que o Presidente da Câmara tem feito muito menos do que aquilo que estaria ao seu alcance para resolver um problema que há muito tempo deveria estar resolvido.

É preciso fechar definitivamente aquelas instalações, é preciso repor a legalidade urbanística, é preciso descontaminar os solos e perceber de que forma é que os lençóis freáticos terão sido afetados, é preciso devolver qualidade de vida às populações locais. Sobre estes temas, quero aqui assinalar que o BE já apresentou uma proposta que aguarda agendamento na Câmara.

Enquanto estas questões não estiverem resolvidas, o BE continuará presente, como sempre esteve, desde a primeira hora, ao lado das populações que há tantos anos são vítimas desta violência ambiental.

Como afirmou o senhor Luís Lemos, não estamos a pedir nada, porque viver em condições ambientalmente dignas é uma exigência constitucional!

Muito Obrigado

Torres Novas, 30 Setembro 2020