Apreciação do BE ao relatório de Gestão e Contas 2018 da Águas do Ribatejo
Relatório de Gestão e Contas 2018 - Águas do Ribatejo
O facto mais positivo continua a ser a qualidade da água, que apresenta valores muito significativos.
O resultado líquido, apesar de ter descido 22%, continua a ser positivo – 1 676 000 euros. Esta descida é justificada com a pluviosidade que foi elevada no ano de 2018, ao contrário de 2017 que foi ano de seca, logo mais consumo de água.
O facto mais negativo continua a ser a perda de água, 32%, uma ligeira descida em relação a 2017. Esta situação deve merecer da parte da AR uma nova abordagem, pois apesar de se reconhecer o impacto negativo nas contas da empresa ao qual se deve juntar o facto de se perderem vários milhões de m3 de água tratada, o que é inaceitável. O combate ao desperdício de água deve ser encarado como um investimento e não como uma simples manutenção.
A qualidade das águas residuais tratadas é um aspeto negativo, menos ETAR estão em condições de serem avaliadas, 86 no total, menos 5 que em 2017. São apontados vários exemplos de mau funcionamento, onde se inclui a ETAR de Fungalvaz, não se sabendo se é no ano de 2019 que entrará em funcionamento a nova ETAR. Também devia ser incluída a ETAR de Rexaldia que tem estado a descarregar para as linhas de água sem o devido tratamento, tal como na Ribeira.
Esperamos que o grande investimento em saneamento altere a curto prazo esta realidade.
Na área do saneamento deve ser registado como preocupante a baixa adesão dos munícipes aos novos serviços de saneamento, na generalidade dos casos abaixo de 15% e em alguns casos abaixo de 5%, como é a situação de Vale da Serra. Por um lado, um investimento que não é rentabilizado e até aumenta as despesas da AR com o equipamento, mas mais grave é o impacto no meio ambiente com as fossas sépticas. Mas, deve-se reconhecer que as ultimas alterações no tarifário não ajudam nada a mudar estes procedimentos por parte das pessoas, a limpeza das fossas teve um aumento menor nas zonas servidas com redes de saneamento e maior nas zonas sem rede de saneamento, o que é de todo incompreensível, pois as pessoas fazem contas e para mudar de atitude têm de concluir que lhe é mais favorável fazer a ligação à rede. Esta medida tem de ser revista.
Continua a haver um número significativo de pessoas que não têm acesso às redes de saneamento, 25% dos clientes de água ou não têm acesso às redes, ou não optam pela ligação apesar de o poderem fazer. Do ponto de vista ambiental é preocupante.
Um aspeto referido no relatório é a reposição do pavimento, betuminoso, após as obras, pois é das situações em que as pessoas apresentam maior descontentamento devido ao tempo que demora entre as obras e a reposição. De facto em 2018 apenas foram repavimentados 3.620m2 em toda a área do território da AR. Não se sabe qual a área de pavimento que foi aberta, mas se considerarmos uma largura de 1,5m na abertura das valas isto dá um valor aproximado de 2,5 Km de estradas repavimentadas o que nos parece bastante abaixo das necessidades.
O n.º de trabalhadores com contrato a termo certo era no final do ano de 27 trabalhadores o que para uma empresa com as características da AR, nos parece muito elevado e que deve ser alterado.
Torres Novas, 19 de Março de 2019
Helena Pinto, vereadora do BE