A empreitada já foi entregue, significa isto que as árvores do Carreiro das Cobras terão as raízes ao sol não tarda muito.
Certamente para alguns será significado de progresso, de desenvolvimento, porque é sempre assim cada vez que o betão armado e o alcatrão substituem as árvores e os arbustos. Para outros, espero que muitos, será significado de retrocesso, de andar para trás e de desrespeito pelo planeta e pelas árvores que ali estão, algumas há mais de 100 anos, a avaliar pela dimensão e robustez que apresentam, são árvores sãs, vale a pena visitá-las e contemplá-las.
Aquelas árvores já deram tudo ao planeta, aos humanos e aos outros seres vivos, oxigénio, sombra, abrigo, beleza, alimentação, humidade, no caso dos sobreiros muita cortiça.
Agora o agradecimento de uns tantos, por egoísmo, outros por ignorância, outros ainda por incompetência é a pena de morte a quem deveriam estar agradecidos.
Combate às alterações climáticas é coisa que não faz parte do léxico dos responsáveis políticos concelhios, comportam-se como negacionistas, os interesses privados estão sempre à frente dos interesses da comunidade.
Em Torres Novas existem territórios urbanizados, grande parte abandonados, para construir milhares de casas, cada vez que se urbaniza mais um espaço, é mais um encargo financeiro da responsabilidade do município, logo dos dinheiros públicos, devido à manutenção.
Não são precisas mais urbanizações em Torres Novas, ainda por cima quando assistimos a um decréscimo da população residente e todos os estudos apontam para o agravar da situação, que só se poderá inverter se a imigração ajudar.
Acontece que no caso em concreto, Carreiro das Cobras, se os responsáveis políticos do Partido Socialista quisessem, tinham condicionado o projeto à manutenção das árvores e se os projetistas pensassem um pouco na sua importância até para valorizar o espaço, as árvores mantinham-se lá. Criatividade e responsabilidade ambiental precisam-se.
António Gomes