No passado domingo, uma parte significativa dos/as eleitores/as decidiram a governação do país para os próximos quatro anos, outra parte, também significativa, deixou que outros decidissem por eles. A parte que decidiu ainda é maioritária, mas por este andar, em breve, o futuro do País poderá vir a ser decidido pela minoria.
Os resultados são conhecidos: o PS ganhou e reforçou o seu resultado eleitoral embora sem maioria absoluta mas demonstrando que soube tirar proveito do trabalho da gerigonça, a direita obteve uma derrota histórica, com o CDS a ficar em mínimos; o Bloco consolidou-se como a 3.ª força política, com o mesmo número de parlamentares resistindo assim à força de atração do PS no eleitorado. Já a CDU/PCP averbou uma derrota assinalável, antevendo-se tempos difíceis para este partido.
Quem também ganhou foi o PAN, o Livre, a Iniciativa Liberal e a surpresa da noite eleitoral foi o Chega, a extrema-direita chegou ao parlamento. Para que não fiquem duvidas o Chega significa que o racismo, a xenofobia, a intolerância passaram a ter uma voz no parlamento.
Por cá, em Santarém, os resultados não foram muito diferentes, o Bloco elegeu a deputada Fabíola Cardoso, uma mulher lésbica, com um excelente resultado provando assim que o conservadorismo e o patriarcado podem ser derrotados.
Também em Torres Novas os sinais foram os mesmos que a nível nacional e distrital, o PS a subir, a direita a perder, o Bloco a manter-se nos 14% e o PCP a descer.
A geringonça marcou a política nos últimos quatro anos, as pensões subiram, o salário mínimo teve um crescimento assinalável, o IRS desceu, os feriados foram repostos, assim como os subsídios de natal e de férias, o desemprego desceu de forma assinalável, a economia do País ganhou fôlego, as contas do País equilibraram-se, etc..
Vamos esperar que o PS perceba o caminho percorrido e não deite tudo a perder com aventuras conhecidas de outros tempos, é preciso não esquecer que a esquerda ganhou as eleições.
Artigo de Opinião de António Gomes publicado no Jornal Torrejano