Intervenção de Rui Alves Vieira, no PAOD da Ass. Municipal de 22 de Abril

PAOD da AM de 22 de Abril de 2019 RV

No dia 04 de dezembro de 2018, reuniu, pela primeira vez neste mandato autárquico, o reformulado Conselho Municipal de Turismo de Torres Novas conforme foi aprovado em reunião de Câmara no dia 04 de Setembro de 2018.

 Nessa primeira reunião, foi debatido o Regimento do Conselho e, eu próprio, sugeri - e foi aceite - que o artigo décimo do Regimento, deveria ser alterado de duas para três reuniões ordinárias por ano e, para além disso, ficou determinado que a próxima reunião deveria ocorrer no final de fevereiro, início de março de 2019. Estamos agora a caminhar para finais de abril e não houve nem convocatória e nem sequer ata da primeira reunião, que deveria ter sido enviada 15 dias após a reunião de 05 de dezembro. Perante esta situação, fica mais uma vez bem claro, que o Município não consegue tirar do papel o Conselho Municipal do Turismo que é um órgão criado em 28 de janeiro de 2003, para ajudar a potenciar e promover o turismo em Torres Novas, sem que, até hoje, tenha conseguido o efetivo exercício de funções.

E por falar em turismo, quero aqui deixar à reflexão de todos, um enorme paradoxo que se pode testemunhar no nosso Castelo aqui tão próximo: ao longo dos últimos tempos, muito se tem falado de acessibilidades no exterior do castelo, de grandes intervenções no seu interior, da relevância dessas intervenções e das dezenas ou centenas de milhares de euros que estão em jogo. Depois, entramos no Castelo e damo-nos de caras com uma capoeira para os pavões que habitam no seu interior e que é uma imagem que só pode ser definida como indigna e decadente. Por isso, irei deixar na mesa uma foto do local e solicito, desde já a sua inclusão na ata desta AM.

Gostaria também de falar sobre o painel de Jorge Colaço que se encontra na Rua Gil Pais. Jorge Colaço foi um dos mais importantes artistas ceramistas portugueses, com obras icónicas não só em Portugal, mas em vários países europeus e da América Latina. Torres Novas tem a sorte de ter, na sua “sala de visitas”, um painel de Jorge Colaço, e em vez de o valorizarmos, estacionamos carros à sua frente. Por isso, irei também deixar na mesa - solicitar a inclusão em ata - de uma foto tirada a partir da zona das esplanadas da Praça, em que se pode ver, em frente ao painel um lugar de estacionamento ocupado e outro desocupado. Poderemos desta forma, avaliar o impacto da existência de estacionamento naquele local. Por isso, o BE recomenda ao executivo que atenda aos conselhos de especialistas da obra de Jorge Colaço, que visitaram recentemente Torres Novas no âmbito da celebração dos 150 anos do nascimento do artista e, na presença da Senhora Vereadora da Cultura, recomendaram a eliminação dos dois lugares de estacionamento em frente ao painel e advertiram para a necessidade do seu restauro dado que começa a apresentar sinais de desgaste.

É inevitável trazer ao debate o Aeroporto Internacional de Pias Longas. Este é daqueles temas que eu costumo chamar de gambozinos da política. Para quem não sabe, gambozinos são animais imaginários que servem para enganar os ingénuos. E como eu não sou ingénuo, não irei à caça deste gambozino. Mas tenho, necessariamente de perguntar ao sr. Presidente da Câmara, o que é que nos pode adiantar sobre a movimentação de milhares de metros cúbicos de terra e pedra que está a ocorrer no aeródromo de Pias longas, em plena Reserva Ecológica Nacional, numa área de grande sensibilidade ambiental e que tresanda a ilegalidade. Mesmo que não esteja a entrar no Concelho de Torres Novas, esta é, obviamente, uma questão que ultrapassa as fronteiras concelhias!

Termino dizendo o seguinte: há no Concelho de Torres Novas, um objetivo estratégico de retorno ambiental, social, económico, pedagógico e turístico absolutamente garantido. Esse objetivo chama-se Rio Almonda. Quase 25 anos de gestão socialista no Concelho de Torres Novas, pouco ou nada fizeram na persecução desse objetivo. Por isso senhor Presidente, deixamos aqui um apelo: em vez de nos convidar a ir caçar gambozinos na Reserva Ecológica Nacional, com múltiplas entrevistas sobre o Aeroporto Internacional de Pias Longas, conceda entrevistas a explicar aos Torrejanos os objetivos que estão estabelecidos para o Rio Almonda.

Este é, verdadeiramente, o elo que une todos os torrejanos, desde a serra até à lezíria. Este é, verdadeiramente, o nosso desiderato!

22 Abril 2019

Rui Alves Vieira