Poluição, violência doméstica, desemprego, vulnerabilidade social e económica, radicalismos racistas e xenófobos, vampirismo do setor financeiro, loucos no poder, sintomas de uma asfixia global ao tornar o planeta refém de um modelo económico de extração de recursos limitados. Por outro lado, evidenciara-se os serviços essenciais da sociedade, sem os quais tudo desaba, desde a produção local, sector social, saúde, cultura, educação, exigindo reformular os modos como fazemos opções. A história será contada através das suas sombras e, depois de sublimada, também contará daqueles que acordaram da inércia e da indulgência, levando a realidade a outra possibilidade.
Neste contexto, Torres Novas, como Cidade Educadora, com o curso de Artes Visuais na Escola Maria Lamas e um Agrupamento de Escolas Artur Gonçalves, que integra o projeto piloto do Plano Nacional das Artes, não poderia deixar de assinalar a Semana Internacional da Educação Artística (25-31maio).
Por ausência desse sinal, deixo esta citação da importante mensagem de Audrey Azoulay, Diretora-Geral da UNESCO:
(…) Estas iniciativas que sustentam a aprendizagem durante o encerramento das escolas inspiram esperança face à adversidade, quebrando um sentimento de isolamento e ajudando os alunos a desenvolverem a sua autoconsciência, a resolverem conflitos internos e a recuperarem de traumas e perdas. (…) A educação artística não é apenas um meio para fazer frente a situações de crise. Ela contribui para o bem-estar socio emocional e melhora os resultados da aprendizagem. É um motor para o desenvolvimento social e económico. É uma alavanca importante para despertar talentos, que são essenciais para manter e renovar a criação artística, assegurando a sustentabilidade do setor criativo. Se for dada maior prioridade aos sistemas educativos, a educação artística pode representar um excelente recurso para abrir as mentes à diversidade das expressões culturais do mundo, criando gerações de estudantes dotados de conhecimentos, competências, valores e atitudes necessários à constituição de sociedades mais fortes, mais sustentáveis e pacíficas.
Artigo publicado no jornal "O Almonda"