Concelhia do BE /Torres Novas e autarca na Assembleia de Freguesia da União de Freguesias de S. Pedro, Lapas e Ribeira
Ele há bandeiras que são difíceis de levantar! Cá no burgo é a das cores do arco-íris. Ora se um dos princípios da democracia é que todos os cidadãos tenham os mesmos direitos sem discriminação, não faz sentido invisibilizar a comunidade LGBTI. Isso é o mesmo que dizer que não existem, que os seus problemas não são relevantes. Quando foi proposto em assembleia municipal ser içada a bandeira arco-íris nos Paços do Concelho, venceu o conservadorismo, nem o exemplo de outras autarquias da mesma cor política serviu para que por cá fosse aproveitada a oportunidade dos órgãos locais mostrarem um compromisso para com os direitos LGBTI. As intenções apareceram então no papel e por lá continuaram. Entretanto, enquanto pela Europa sopram ventos de repressão e a necessidade de lutar pela igualdade e liberdade se fazem sentir, o parlamento europeu, a Assembleia da República e vários países e cidades, aqui e ali, vão-se afirmando como zonas de liberdade LGBTI mas eis que o PS e o PSD de Torres Novas se preferem manter no lado errado da história, inclusivamente contrariando a posição dos seus partidos e recusaram dar esse sinal em prol do respeito e da não discriminação. Nos anos 20 do século XXI continua quem nos governa a não pensar num concelho mais inclusivo. É justo que todas as pessoas se sintam parte integrante do universo da população e para isso é preciso pensar nas suas especificidades, nos seus problemas concretos, o que não se faz sem visibilidade social. Porque a diversidade existe e contribui para a sociedade, porque quanto mais tempo levarmos a normalizar mais perdura a discriminação e o sofrimento que ela traz, porque todos e todas têm o direito de viver sem se esconderem. Chegar ao cúmulo de achar que a sua presença e direitos são uma falta de respeito para com os outros cidadãos não dignifica em nada uma classe política eleita para representar os interesses de todos e não só de alguns.