O rio é do povo - vitória da cidadania
NOTA DE IMPRENSA
O Bloco de Esquerda congratula-se com a aprovação da Recomendação, em Assembleia Municipal no dia 27 de julho, apresentada por quase mil cidadãos e cidadãs através de uma Petição que visa a valorização e devolução da nascente do rio Almonda ao povo, terminando assim com as restrições abusivas da empresa Renova.
O BE saúda esta iniciativa da cidadania torrejana, perto de mil subscritores entregaram nas mãos da Assembleia Municipal uma recomendação para que o executivo municipal atue com assertividade na defesa do rio e na defesa da envolvente da nascente.
Sem colocar em causa o abastecimento da fábrica com a água que utiliza como matéria-prima, a Assembleia Municipal foi inequívoca na posição que tomou: o rio é do povo da nascente à foz.
O BE repudia a atitude da Renova que através de um mail enviado a todos os membros da assembleia municipal quis imiscuir-se no seu funcionamento e tentou condicionar a sua decisão. Pressões deste tipo são inadmissíveis e trazem à memória as pressões levadas a cabo pela Fabrióleo.
O BE faz votos para que o executivo municipal não regateie esforços no cumprimento desta recomendação que recebeu um tão amplo apoio quer de cidadãos e cidadãs, quer dos seus representantes na assembleia municipal. No entanto, o Bloco de Esquerda lamenta que, perante tão relevante tema, o Presidente da Câmara tenha optado por ficar em silêncio e não tenha manifestado perante a Assembleia o seu compromisso para levar por diante o cumprimento da recomendação.
Texto da Recomendação aprovada:
«O Município deve liderar e empenhar-se na concretização de um plano de requalificação da zona da Nascente do Rio Almonda, cujas ações imediatas serão:
- a pavimentação adequada da estrada pública até próximo da nascente;
- o acesso livre e público à nascente, com a negociação para a retirada da vedação metálica e a criação de condições para a fruição visual da nascente e sua envolvência, acautelando a segurança através de meios normais como os avisos aos visitantes;
- o diálogo com os proprietários de algumas edificações em ruínas com vista à limpeza das mesmas;
Sem perder de vista, a médio prazo, a elaboração de um plano de pormenor de reabilitação urbanística e paisagística do núcleo histórico do Moinho da Fonte, que inclua um programa de recuperação do edificado ainda existente e a libertação de todo o leito do rio, com a deslocalização dos pavilhões fabris que o cobrem para a nova unidade da Zibreira.»
O BE / Torres Novas
28 de Julho 2022