O presidente confessa-se e admite que em todas as áreas de intervenção da CM é preciso agir, que agora é que vai ser. É verdade que os problemas nunca estão todos resolvidos, mas para além da intervenção quotidiana, também é preciso ter projeto para a cidade para o concelho, estratégia que diga o que queremos para este território, como vai ser daqui a uns anos. Mas lendo a entrevista fica-se com a ideia que pouco se tem feito, já que agora se tem de fazer tudo e muito menos se fica com a ideia daquilo que se quer para o futuro.
Há 18 anos que esperamos, esperam alguns empresários pela infraestruturação da zona industrial de Riachos, 18 anos são muitos anos.
Há 30 anos que assistimos à degradação/destruição do centro histórico da cidade de Torres Novas, a identidade desta gente passa por ali, mas é o que se vê.
Há décadas que assistimos ao abandono do rio Almonda, principal eixo de intervenção para quem pensa o futuro, para quem considera o ambiente fator estruturante para a qualidade de vida das pessoas e quem acredita na força atrativa que o mesmo tem. São décadas sem um tostão de investimento.
Há mais de 20 anos que a autarquia abandonou a intervenção nas estradas do concelho, mais de cem estão em estado miserável, ou próximo disso, apenas se faz o mínimo e o mínimo é mesmo muito pouco.
Mas o mais preocupante é quando o presidente diz que vai a todo o lado, isso não existe bem o sabemos, dizer que se vai a todo o lado revela apenas ausência de estratégia, incapacidade de fazer opções, de escolher caminhos, todos sabemos e o presidente também sabe que não é possível ir a todo o lado.
O orçamento para 2019 tem algumas pistas que podem ser aproveitadas, que criaram algumas espectativas. Vamos aguardar, sabendo que o caminho agora apontado de ir a todo o lado não é o melhor caminho para lá chegar.