Graça Martins, Mandatária
Antes de me referir aos quês e aos porquês de aceitar ser mandatária, do projeto do Bloco de Esquerda, às eleições autárquicas de 2021, faço uma referência ao anterior mandatário Guilherme Pinto que, na sua serenidade e sabedoria, apresentou as anteriores candidaturas com aprofundado sentido crítico, acompanhado pela compreensão partilhada, das possibilidades e dos desejos, para o concelho de Torres Novas.
Com este exemplo, a verdade é que, quando me convidaram para apresentar uma candidatura, que agrega este conjunto de candidatos e candidatas, do Bloco de Esquerda de Torres Novas, aos órgãos autárquicos do concelho, não me ocorreu sequer, hesitar um segundo.
Não só pela amizade que nos foi unindo ao longo dos dois últimos mandatos, em que colaborei, nas listas à Câmara Municipal mas, principalmente, porque testemunhei o cuidado, precisão, criatividade, vivacidade, seriedade e alento, que tem caracterizado o compromisso político da atividade do Bloco de Esquerda, em Torres Novas.
Estas linhas de personalidade obrigaram a um trabalho profundo, de análise e de intervenção, verdadeiramente exigente, enquanto partido da oposição, com uma Vereadora eleita à Câmara Municipal e três deputados na Assembleia Municipal, além do empenho dos eleitos nas Juntas e União de Juntas de Freguesia.
Mas, foi esta exigência que nos permitiu ativar a esperança e redobrar a confiança, de que é possível promover uma política atenta e harmonizada com as exigências deste tempo e, deste lugar tão cheio de contradições.
Nomeadamente, em Torres Novas, o panorama tem sido marcado por uma linhagem política que nos conduz, há quase três décadas, a deslumbramentos e “coroas de glória”, onde deambulámos entre a criação de dívidas estonteantes, à tremenda falta de perspectiva, que está, definitivamente, a condicionar possibilidades de futuro.
A verdade é que o concelho tem sido conduzido para uma estagnação social, cultural e económica, que a pandemia veio aprofundar. Somos tudo, de coisa alguma.
Mas mesmo assim, foi neste panorama que, o Bloco de Esquerda de Torres Novas, não deixou de exercer a sua capacidade inquieta, de denunciar, de defender e de propor.
Acreditando que há soluções com futuro dentro, entre muitas e tantas outras intervenções, defendeu o Rio Almonda e a Ribeira da Boa Água;
Criou a oportunidade da recuperação de prédios no centro da cidade para arrendamento protegido;
Foi crítico e incisivo nos projectos relacionados com as zonas industriais;
Avançou com propostas precisas, para a criação de apoios à crise pandémica - na cultura, na resposta social, na saúde;
Criticou o favorecimento;
Criou embaraços a quem instrumentaliza o poder, fragilizando a democracia;
Batalhou pela igualdade;
Foi resistência!
Sabemos que vivemos uma época que exige que estejamos inteiramente envolvidos;
Precisamos de caminhar para a compreensão de um futuro que passa pelo fortalecimento da nossa comunidade;
Devemos aumentar a nossa perspectiva humanista, feminista, ecológica e igualitária;
Compreendemos a importância da sincronia colaborativa, entre os lugares e todos os seres vivos;
Escolhemos proteger, cuidar e criar opções sustentáveis, em vez de usar e abusar dos nossos recursos;
Temos de substituir:
A arrogância pela simplicidade;
A vaidade pelo entusiasmo;
A arma pura, contra a ambição esquizofrénica e a falta de sentido disto tudo.
É por isso, fundamental, recuperar a energia da IGUALDADE!
A energia que a Helena Pinto representa.
A energia que o Roberto Barata enuncia.
Apoiar a vitalidade destes homens e destas mulheres que escolhem fazer parte da inquietação, quase rebeldia, de imaginar e desejar Torres Novas, como semente de futuro, onde todos e todas são protagonistas.
O Bloco de Esquerda de Torres Novas é diferente, em tudo, na esperança.
E porque todo o mundo é composto de mudança:
Mudaram-se os tempos,
Que se mudem as vontades!
Torres Novas 20 de junho 2021
Graça Martins, Mandatária das candidaturas do BE