Os médicos de família e os centros de saúde são ou devem ser a base do Serviço Nacional de Saúde. É a proximidade entre os profissionais de saúde e a população que garante a boa qualidade do serviço, do atendimento a todo o tipo de cuidados prestados.
Apesar das dificuldades recentes, têm sido os médicos de família e os outros profissionais que responderam às necessidades verificadas na prestação dos cuidados primários de saúde e são eles que também garantem o processo de vacinação.
Os governantes nem sempre assim o entendem, existem sempre outras prioridades, outras opções.
Sabemos todos da carência de médicos nas freguesias de Assentis, Chancelaria e União de freguesias de Brogueira, Parceiros e Alcorochel. É dramático para quem precisa de um médico e não o encontra de forma acessível, no seu centro ou extensão de saúde.
O acesso universal à saúde tem de ser assegurado a todos e isso não está a acontecer no concelho de Torres Novas. Dizem os responsáveis que não era previsível, foram apanhados de surpresa, é uma desculpa que não pode ser aceite. Toda a gente sabe quando chega a idade da reforma, toda a gente sabe que isso vai acontecer com uma probabilidade temporal muito rigorosa.
O que aconteceu e acontece é que não existem médicos suficientes para fazer face às necessidades do SNS, os responsáveis políticos do governo não têm tido políticas para responder às carências, para formar médicos que respondam à procura e para estabilizar médicos no SNS com carreiras em exclusividade. A fuga para os privados não é um slogan, é a mais pura das verdades.
E ao nível local os autarcas que governam os municípios também nunca se lembraram que era mais que provável a passagem à reforma dos médicos que trabalhavam nas freguesias apontadas. A pressão política, a reivindicação aos responsáveis na cadeia de decisão nunca aconteceu.
Médico de família para todos e extensões de saúde nas freguesias rurais, são a melhor resposta que a população necessita e merece.
Opinião publicada no "Jornal Torrejano"