Poderia ter sido diferente

Autarca. Coordenadora Concelhia do Bloco de Esquerda de Torres Novas.

Quando mais se precisa, é que os apoios devem chegar, uma política municipal com preocupações sociais era o que tinha feito a diferença no ano passado.

Quando, há um ano atrás, foi proposto o apoio do município à economia local e às pessoas em dificuldades (500 000 euros) por causa dos efeitos da pandemia COVID 19, nomeadamente o fecho de muitas lojas e de vários serviços, os proponentes, não sabiam nem podiam saber as consequências de tal proposta nas contas do município, mas tinham a convicção que o que era preciso fazer naquela altura era acudir às pessoas e à economia de proximidade, sabemos que essa proposta só teve o apoio do proponente (o BE) e foi chumbada.

Ao longo deste tempo algumas medidas foram sendo tomadas: isenção de taxas, apoio aos bombeiros, entrega de materiais de proteção entre outras, mas nunca existiu por parte da autarquia uma medida estruturante que no caso passava por injetar dinheiro com algum significado na economia local. Todas as tentativas para que isso fosse possível foram barradas pela maioria absoluta.

A COVID 19, como todos sabemos, tem sido uma catástrofe para a vida e saúde das pessoas e também para o tecido social e económico, ainda não sabemos aonde vai parar.

A economia local, os pequenos comerciantes, empresários de vários serviços, com um pequeno número de trabalhadores que em conjunto dão um contributo determinante para a vida na cidade e em todo o concelho e como é sabido tiveram de encerrar portas, ficaram impedidos de realizar negócio, logo com maiores dificuldades em cumprir com os compromissos, em particular o pagamento das rendas.

Era para estes setores que uma parte significativa da proposta dos 500 000 euros se destinava, a outra parte era para a emissão de um vale de compras, que ajudaria a economia local e familiar.

Sabemos agora, porque estamos na fase da apresentação das contas de 2020, que o resultado dessas contas é um resultado positivo de 2,5 milhões.

Ou seja o município não foi capaz de gastar o dinheiro que tinha ao seu dispor no ano em causa.

Os 500 000 euros eram uma proposta razoável face ao dinheiro disponível, mas era sobretudo a proposta justa e adequada ao momento que se atravessava.

Quando mais se precisa, é que os apoios devem chegar, uma política municipal com preocupações sociais era o que tinha feito a diferença no ano passado.

Vem agora o PS, um ano depois e em véspera de eleições anunciar “que dá uma renda” e que “dá um desconto”, disposto a investir 50 mil euros…. Não são precisos comentários…

O PS na CM deixou ficar para trás muita gente, com a agravante de que dinheiro nunca foi problema. Vem agora, tarde e más horas, com medidas tímidas.

Já demos todos os descontos possíveis a esta maioria.

 António Gomes