BE apresenta proposta para APOIO À PRODUÇÃO ARTÍSTICA E CULTURAL LOCAL

Ciclone - ciclo novo em  @rtes torrejanas é o nome da proposta que o BE/Torres Novas entregou na Câmara Municipal que tem como objectivo o apoio à produção artística e cultural local. A proposta recebeu vários contributos e contempla iniciativas para a situação de pandemia e fora da pandemia. A vereadora Helena Pinto reafirmou total disponibilidade para debater os conteúdos da proposta.

Em baixo a proposta na integra.

PROPOSTA

APOIO À PRODUÇÃO ARTÍSTICA E CULTURAL LOCAL

Ciclone - ciclo novo em  @rtes torrejanas

O Bloco de Esquerda, após ouvir diversas pessoas ligadas ao mundo das Artes e da Cultura e tendo em consideração a situação pandémica que vivemos e que paralisou toda a actividade deste sector, avança com esta proposta que poderá ser concretizada em dois momentos distintos – durante a pandemia através de gravações que seriam divulgadas nas plataformas digitais do Município e não só e no período de desconfinamento com espectáculos ao vivo, que eventualmente poderão integrar as Festas do Almonda, caso se venham a realizar.

A Câmara Municipal deve alocar uma verba para esta iniciativa de modo a que seja possível proceder ao pagamento justo do trabalho daqueles e daquelas que aceitarem participar neste evento.
Como sempre estamos disponíveis para debater esta proposta e chegar a um consenso sobre a melhor forma da concretizar.

Conceito: o título aponta para a força, para o turbilhão de criação no concelho. Da música, à dança, ao teatro, ao cinema, à literatura, à poesia, tudo o que é performance pode ser visto neste acontecimento, mas não só. Vários locais da cidade, e do concelho, acolhem os espectáculos durante o ano. Este modelo permite que haja espaço e tempo para a criação artística, planeamento e fidelização dos públicos.

O conceito deste programa permitirá a inclusão dos mais diversos artistas e artes, distribuídos em micro-concerto e/ou apontamento cénico, por espaços da cidade e do concelho, incluindo museus e outros espaços de fruição. É promover a oportunidade de ver a Banda Passar, apoiando os artistas e promovendo a ligação à comunidade.
Além de músicos, actores, bailarinos, também técnicos, produtores e empresários do ramo áudio e visual, são apoiados por esta iniciativa. Mas não só, dado que com a realização dos espectáculos, o sector da restauração, hotelaria e sector ligado ao turismo, sofrerá um aumento indirecto na procura. Pequeno, é certo, mas com pequenos passos estaremos a avançar mais do que não fazendo nada.

Objectivos:

Em primeira linha, apoiar uma classe que está, literalmente, sem trabalho desde Março de 2020. Em segundo plano, mas também muito importante, fomentar o movimento artístico e cultural, espevitando o meio. A crise é sanitária. A crise é financeira. A crise é tristeza. Este triângulo é uma Tempestade Perfeita. Todas as acções serão poucas, dentro de um curto espaço de tempo. O CAT não pretende mudar o mundo, mas pretende fazer sonhar, acreditar e sorrir. Não estamos perante uma solução definitiva, mas a dar esperança.
 

Público Alvo:

A população em geral, através de espectáculos ecléticos, cuidadosamente agendados. Privilegiando artistas essencialmente locais.

Selecção:

O modo que nos parece mais certado será pela apresentação de candidaturas. Desta forma, para lá da análise das propostas em si, também é possível obter uma visualização aprofundada do panorama artístico torrejano.

A avaliação destas candidaturas deverá ser simples e quase só na base do projecto artístico em si (uma espécie de dossier de apresentação, onde se explica o conceito, os participantes, o público-alvo, a pertinência do mesmo).

Este modo será dividido em três sectores: Candidatura para Criação Artística; Candidatura Profissional; Candidatura Amadora. Todos poderão apresentar candidaturas, sendo a distinção feita unicamente através dos valores pagos, contribuindo desta forma para que existam condições justas de diversidade cultural, e pluralidade de discursos artísticos.  

1) Criação artística: este programa é uma espécie de bolsa de investigação. Os artistas que necessitem ou queiram realizar trabalho de criação, tenham um período de pesquisa digno sem ter que apresentar trabalho à pressa para apresentar num tempo recorde. Este programa pode ter um período de cerca de seis meses a 1 ano para apresentação do resultado final. O valor deste programa/bolsa deverá ser relativamente elevado, percebendo que o trabalho de criação/pesquisa/investigação artística é feito num espaço de tempo longo.

2) Profissionais: deverão receber um valor maior, uma vez que não auferem outros rendimentos e a sua actividade está totalmente suspensa devido ao confinamento. Programa de objectos artísticos para apresentar digitalmente através do teatro virgínia que está sem qualquer programação, assim como já aconteceu no último confinamento.

 3) Amadores: programa que permite associações amadoras (bandas, ranchos, grupos de teatro, etc.) concorrer a apoios.

Candidaturas elegíveis

Todos os projectos serão possíveis de se candidatarem e dependerá de uma equipa multidisciplinar (1) nos domínios das várias artes (música, dança, teatro, performance; pessoas da comunidade artística local que quisessem ou pudesse) avaliar essas candidaturas. Caso isto seja impossível de implementar, porque é preciso tempo para formar uma equipa e dar-lhe poderes de decisão, talvez seja mesmo necessário alocar essa decisão a uma equipa multidisciplinar do município, onde se poderia pedir a contribuição de elementos da comunidade artística local, para verificar as candidaturas e decidir quais as que estão em condições de receber apoio. Deverá existir um regulamento para este programa. A avaliação destas candidaturas deverá ser simples e basicamente na base do projecto artístico em si. Esta opção de candidatura obriga a um maior escrutínio da qualidade das propostas, mesmo que estas sejam extremamente simples.

Torres Novas, 9 de Março de 2021

Helena Pinto, vereadora do BE

(1) No futuro, consideramos ser essencial haver uma figura de programador e mediador cultural, independente do município. Esta pessoa deve pensar a cultura local de uma perspectiva desenvolvimentista ao nível humano, relacional e comunitário, tendo em conta o território para que programa (geográfico, humano, social e cultural). Sendo que a cultura tem um papel fundamental na capacitação, no crescimento e emancipação dos munícipes como seres dinâmicos, activos e participativos. É fundamental a cultura ter espaço para agir de forma integrada com as outras dimensões sociais, desejando-se plural e com uma acção de oscilação entre local e global. O que, evidentemente, não está acontecer. 

Outras (algumas) iniciativas de referência:

C. M. Porto: ‘Criatório’ e ‘Shuttle’ – programas de incentivo à criação artística.

Teatro Municipal do Porto no anterior confinamento lançou um apoio idênticos para criação nas áreas do teatro, dança, vídeo.

C. M. Torres Vedras – ‘Sentir Cultura’

Teatro-Cine de Torres Vedras alocou parte do seu financiamento para candidaturas num plano de emergência aos artistas.

C. M. Lisboa – Apoios extraordinários a fundo perdido para entidades culturais.

C. M. Sintra – Fundo Municipal de Emergência Cultural de 250 mil euros.

C. M- Aveiro – ‘Cultura em Tempos de (In) Certeza’. São 40 mil euros para o sector técnico e de Produção (contratação de serviços) + 40 para criação artística, num total de 80 mil euros.

Braga – Actum - Convocatória Aberta de Projectos Artísticos 2020 (Maio, 2020)