Festival da Terra e do Almonda - uma proposta do BE
FESTIVAL da TERRA e do ALMONDA
A revolução cultural não é ir tocar a vários sítios,
mas sim ir aos sítios e ouvir a música de lá.
Zeca Afonso
No seguimento da proposta do Bloco de Esquerda de apoio aos agentes culturais, que sugeriu o reagendamento dos espetáculos programados e o adiantamento de uma verba de 50%, queremos ir mais além propondo a realização de um Festival da Terra, associado às festas do Almonda que, devido ao estado de isolamento social, seria organizado virtualmente, independentemente do alívio ou não da situação de contingência.
Fundamentação: Esta proposta seria uma forma de conseguir reagir de forma positiva às circunstâncias atuais, agregando autores, artistas, criadores e grupos essencialmente locais, com a vantagem de trabalhar em rede com as estruturas do concelho, como a rádio local, órgãos de comunicação social, as redes sociais, o Teatro Virgínia, a Biblioteca, Associações, Conservatório de Música, Escolas de Dança, Filarmónicas e Ranchos, etc.
À semelhança do Festival de Ílhavo, com a rádio 23 milhas, que agregou a Música Portuguesa a Gostar dela Própria, entre outros parceiros, o Festival da Terra e do Almonda seria realizado dentro de uma configuração inovadora e agregadora de sinergias locais. Ultrapassando a ideia de “agenda de espetáculos”, sugere-se a criação de outros palcos dinâmicos utilizando as “ferramentas” de coesão e disseminação cultural existentes no concelho, desde a rádio, às colunas de rua, às redes sociais e aos Jornais impressos, quebrando o isolamento com concertos, conversas, entrevistas e debates, levando a cultura às casas da população.
Calendarização - A duração deste palco maior, poderia acompanhar, por sugestão, os últimos 15 dias do mês de junho até 8 de julho (dia do aniversário da proclamação de Torres Novas a Cidade), permitindo aos artistas e participantes, a preparação dos concertos e apresentações, respetiva filmagem e organização, além de poder acompanhar as comemorações da data do aniversário da cidade.
Dadas as suas características, o Festival da Terra e do Almonda seria transmitido a partir das 18h00 às 20h00 - 2h/dia, por forma a possibilitar o acompanhamento pelas famílias, numa relação de “co-criação com a comunidade”, um dos lemas deste formato.
Fundamentalmente dar-se-ia lugar ao apoio aos artistas, divulgação e dinamização das estruturas locais de cultura, potenciando formas de co-colaboração da população, numa lógica de complementaridade.
O nome estendido Festival da Terra e do Almonda justifica-se por acrescentar a dimensão urgente da defesa do planeta com a compreensão de uma terra comum próxima e alargada, às já tradicionais Festas do Almonda que nos fazem partilhar o sentido comunitário.
Dada a configuração estrutural do Festival, seria importante assegurar a total idoneidade, respeito e partilha que leva mais longe a perceção de uma cultura de todos, para todos e com todos.
Uma solução para adoptar em qualquer circunstância - Como o formato permite a organização atempada dos concertos e a publicação on-line, é possível reproduzir em qualquer momento e em qualquer circunstância, continuando a apoiar os intervenientes, artistas e convidados, na divulgação do seu trabalho, possibilitando ainda a reprodução do formato noutras iniciativas similares.
Outra direção deste formato de festival pode apontar à criação de várias “montras” culturais e/ou vários palcos, na cidade e/ou no concelho como forma de semear as artes e os hábitos a elas associados, hábitos de consumo, fruição e vivência cultural.
Torres Novas, 15 de Maio 2020
Bloco de Esquerda Torres Novas