A proposta do Bloco para apoio ao comércio local foi rejeitada. O PS mostrou insensibilidade e ignorância com este sector da economia local. O PS não quer saber das dificuldades de quem teve de encerrar os negócios durante três meses e por isso não conseguiu realizar dinheiro, apesar de manter os compromissos regulares como as rendas, entre outros. Os outros partidos fizeram o mesmo com a desculpa de que é preciso um levantamento rigoroso para saber quem precisa e quem não precisa. Estas desculpas apenas servem para esconder o sectarismo e para agravar as dificuldades dos comerciantes locais.
Como se sabe, o Bloco de Esquerda propôs a injecção de 500 000 euros neste sector, em parte direccionado para apoiar as rendas dos estabelecimentos e outra parte para ser transformada em vales de compras que depois seriam trocados por aquilo que as pessoas entendessem: nas lojas, restaurantes, cafés, cabeleireiros/as, livrarias, etc..
A proposta pode não agradar a todos, mas então que apresentem as suas, digam o que têm para oferecer aos munícipes. Infelizmente, nada foi dito, nada foi proposto.
Mas, a maior surpresa viria da proposta do PS que, três dias depois, vem isentar a 50% as taxas urbanísticas do futuro Intermarché - 93 000 euros de prémio a quem nunca teve de encerrar no período de confinamento e que já tinha levado com a maior ajuda possível - uma alteração de PDM para poder construir naquele espaço.
Estou indignado. Esta política dos últimos 30 anos de só atribuir às grandes superfícies comerciais e só a elas o epíteto do progresso e os respectivos apoios, contrasta grosseiramente com o abandono do comércio local em todo o concelho e com o abandono do centro histórico de Torres Novas, que se encontra em estado avançado de coma.
O comércio local merece outro olhar, merece ser tratado com respeito, mas estou em crer que o melhor é mexerem-se, exigirem aquilo a que têm direito. Da iniciativa do PS, não há muito a esperar.É que cada um escolhe os amigos que entende.
Crónica de opinião publicada no "Jornal Torrejano"