O encerramento da Fabrióleo é um facto. O sofrimento das pessoas e o atentado ao ambiente estão agora mais próximos do fim. Quem não luta, não alcança.
Durante muitos anos, a poluição dos solos e das linhas de água foram a marca daqueles poluidores, nunca se importando com as consequências dos seus actos. Muitas toneladas de resíduos estão acumuladas no solo a céu aberto e outras escondidas no subsolo, os ribeiros e o rio Almonda acumularam resíduos que, se não forem tomadas medidas, continuarão a poluir os lençóis de água subterrânea, assim como os poços que foram completamente poluídos ao ponto de terem de ser abandonados pelos seus proprietários.
A juntar a estes atentados, existe o facto de uma parte significativa das construções da Fabrióleo estar ilegal: foram construídas à margem da lei, algumas inclusive foram alvo de embargo.
Estas constatações não podem ser isso mesmo, constatações, e ficarmos por aí, é preciso repor a legalidade, respeitar a paisagem, respeitar as pessoas, respeitar o ambiente e acima de tudo respeitar os instrumentos de ordenamento do território, nomeadamente o PDM.
É preciso desde já dar início a este trabalho, cabe à Câmara Municipal o papel principal no processo de reposição da legalidade urbanística. Assim como é necessário descontaminar todo o terreno e isto a custas da Fabrióleo - é o mínimo para compensar o mal que fizeram. É mais uma luta, é verdade, mas é indispensável e deve de ir até às últimas consequências, porque o concelho de Torres Novas é um território de gente decente que o merece.
Opinião publicada no "Jornal Torrejano"