Nunca conheci António Rodrigues, nem vivia em Torres Novas quando era Presidente da Câmara. Conheço apenas as histórias e os rumores.
Para qualquer um que esteja de fora, identifica-se algo de muito estranho na forma como o Partido Socialista rejeita a figura de alguém que foi Presidente ao longo de vários mandatos.
Ficam ainda mais dúvidas quando o seu antigo Vice Presidente, lidera uma concelhia que o tenta apagar da sua memória a todo o custo.
No último episódio rocambolesco, Nuno Carpentier, um deputado do PS da Assembleia Municipal e trabalhador da CM registou um domínio com o antoniorodrigues2021.
Como as coisas na internet são eternas, o rastro dos papéis rapidamente o identificou como o autor.
Soaram os alarmes de que o teria feito para prejudicar a eventual campanha do antigo presidente à câmara municipal. Após um direito de resposta duvidoso, pediu a suspensão do mandato e o PS local lavou as mãos do assunto lamentando o mesmo.
O que justifica tão poderoso efeito de António Rodrigues sobre o Partido Socialista e os seus militantes? Que histórias terão as partes a contar uma sobre a outra para provocar ações premeditadas e eticamente reprováveis?
A carta que muitos torrejanos receberam, não deixa muitas dúvidas. O antigo presidente vai candidatar-se. Um segredo muito mal guardado até então.
Tão mal guardados como aqueles que estão neste momento a ser inventariados para serem usados em campanha. Como diz o povo, quando se zangam as comadres, descobrem-se as verdade. Com todas as polémicas que têm atingido o PS, vai-se juntar a fome com a vontade de comer.
Espero que a campanha seja menos feia do que antecipo. No final, ninguém ganha com este tipo de política e quem perde é a democracia. Boa semana.
Crónica, quinzenal, às 2as. feiras na Torres Novas FM