Maioria absoluta e Democracia?

Estudante

O escrutínio político, para o PS, é uma chatice

Neste momento, estamos numa fase de início de mandato e de renovação da maioria absoluta do Partido Socialista. Essa é uma realidade preocupante, porque o funcionamento democrático dos órgãos autárquicos em nada vai beneficiar com esta manutenção do monopólio do PS. Aquilo a que vamos assistir nos próximos quatro anos é uma repetição da farsa institucional a que já estamos habituados, falta de transparência e falta de respeito pelas oposições.

No caso concreto de Torres Novas, bem sabemos que o PS tem vindo a alastrar as suas teias de poder por todo o lado onde vê uma oportunidade. Como o PS não faz política séria, é fácil estar em todo o lado, brincando aos carreirismos, aos favores e ao joguinho habitual dos interesses particulares. Assim é óbvio que algo terá de falhar: a condução séria e transparente da política torrejana, a melhoria da vida das pessoas e do serviço público em todas as suas vertentes. Temos agentes políticos que governam como quem gere uma empresa, não fosse este um sintoma claro do sistema capitalista em que navegamos, que lentamente corrói tudo o que são resquícios de dignidade humana e democracia.

O escrutínio político, para o PS, é uma chatice. Primeiro, não precisam das oposições para governar. No fundo, cumprem calendário, fazem o favor de prestar uns vazios esclarecimentos para que aparentem cumprir a sua função e no fim do dia sabem que qualquer deliberação lhes será favorável e que a sua maioria é inabalável. A discussão pública, a opinião política e partidária, permanecerão, e que bom que assim é, mas não é suficiente, ainda para mais num panorama local em que todos se conhecem, todos dependem uns dos outros, e o próprio funcionamento institucional como se encontra legalmente definido não contribui para uma realidade mais democrática e justa.