A descriminalização da homossexualidade em Portugal ocorreu em 1982, seguida da retirada da homossexualidade da lista de doenças da Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1990. No entanto, a história de Valentim de Barros, que foi internado por mais de quatro décadas no Hospital Miguel Bombarda, submetido a diversas torturas, incluindo lobotomia, apenas por ser homossexual e gostar de roupas "femininas", é um exemplo triste da luta da comunidade LGBTQIAP+.
A luta da comunidade não se limita apenas ao aspeto sexual, mas abrange todas as diferenças. Pessoas trans e não-binárias ainda enfrentam obstáculos tanto na lei quanto na sociedade, o que muitas vezes resulta em violência e morte, como o caso de Gisberta Júnior, uma mulher trans sem abrigo que foi vítima mortal de transfobia em 2006 onde 14 rapazes durante vários dias a torturam e a agrediram fisicamente no Porto.
Embora algumas pessoas acreditem que a luta está concluída, a realidade é que ainda existem diversas fobias LGBT na sociedade e a ascensão do conservadorismo e da extrema-direita. Por esse motivo, o Bloco de Esquerda realizou o 1º Fórum LGBTI+ na Escola Artística Soares dos Reis nos dias 11 e 12 de fevereiro, para ser um espaço de debate e reflexão sobre questões importantes para a comunidade, como a história e conquistas em Portugal, saúde LGBT e Sistema Nacional de Saúde, marchas e luta contra a precariedade do trabalho e a escola pública, entre outros temas.
Este foi o primeiro grande evento organizado para a comunidade LGBTQIAP+ para se debater sobre os diferentes temas.
O fórum também discutiu a importância da luta contra o capitalismo, que só se junta à causa quando há a possibilidade de lucro, como empresas que mudam seus logotipos para um arco-íris em junho para se associarem à luta, mas que não empregam pessoas LGBT.
Além disso, houve uma exposição fotográfica de Lou Loução intitulada "Lisboa Minha, Lisboa Queer".
A luta continua e continuará, as marchas que começaram continuarão e irão se realizar cada vez mais em mais cidades, vilas ou aldeias por mais pequenas que sejam.
O armário apenas serve para guardar roupa e não esconder quem nós somos, o Bloco está e estará sempre do lado da comunidade na luta nunca esquecendo os que já partiram.
Há um agradecimento necessário a fazer a toda a organização do 1 fórum LGBTI+ e que o tornaram inesquecível, que venham mais e mais fortes.
Diogo Gomes