Publicou o Município de Torres Novas uma noticia sobre a sua aposta em promover Áreas de Reabilitação Urbana. A ARU permite um conjunto de benefícios, fiscais e técnicos para quem optar pela reabilitação de imóveis dentro da delimitação geográfica em causa.
Em Torres Novas foram aprovadas pela Câmara e Assembleia Municipal duas ARU, a saber: ARU centro histórico e ARU rio Almonda. Todos os prédios em obras na zona do centro histórico da cidade têm beneficiado desta decisão que foi tomada em 2014. Mas este processo só fica concluído com a aprovação pelos mesmos órgãos autárquicos de um outro instrumento, que concretiza as orientações gerais constantes da ARU, a que se chama ORU – Operação de Reabilitação Urbana, que vai ao concreto de tudo o que é preciso fazer em cada ARU no que diz respeito ao ordenamento do espaço público.
Na mesma altura também foi aprovado a elaboração de ARU para Riachos e para Lapas, mas ao contrario da ARU Centro Histórico e rio Almonda nunca foi dado um passo para a sua concretização, sendo que ORU só existe uma!
Ou seja: há dez anos que decidimos elaborar as ARU agora anunciadas, embora tenham sido colocadas na gaveta sem delimitação, sem regulamentação.
Se a opção politica do PS tivesse sido concretizar as decisões tomadas há uma década atrás, hoje, no mínimo, os territórios de Riachos e Lapas tinham outro desenvolvimento em termos de reabilitação de espaço público e de reabilitação de imóveis. Abandonaram-se os territórios e as pessoas que poderiam ter aproveitado os benefícios há já dez anos.
Uma grande irresponsabilidade e agora uma grande lata vir anunciar aquilo que foi aprovado há dez anos como sendo uma novidade. Em 10 anos muito poderia ter sido feito e aquilo que verificamos, só à laia de exemplo, só agora estão a ser removidas as ruínas na rua Alexandre Herculano, ali mesmo no centro, na principal artéria pedonal…
Não me levem a mal mas tenho que lembrar aqui o empenho do Bloco de Esquerda desde que entrou para a vereação em tratar este assunto. Começou logo na segunda reunião do Executivo em 2013 e continuou (basta consultar as actas) questionando, propondo, participando na consulta pública, etc., etc..
Tratava-se de ter uma ideia para a cidade e para o concelho e aproveitar todos os meios disponíveis… mas tudo caiu no grande saco do esquecimento do PS.
Vamos continuar a acreditar no artificio do momento e mandar a memória às urtigas?
Crónica publicada no 'Jornal Torrejano'